segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

The Tree of Knowledge

Cá estou eu, para o que eu acredito que será a primeira Visão em Cinza Escuro decente desse ano.

Durante a maior parte da minha vida, eu considerei minhas relações com as pessoas, tanto amizade quanto namoro, como se fossem um jarro de cerâmica: valioso e resistente, mas uma vez quebrado, nunca pode ser reconstruído com a mesma resistência. De fato, essa visão faz sentido.

E está errada.

Errada porque jarros de cerâmica sempre serão jarros de cerâmica. Não aumentam significativamente e nem diminuem significativamente (eles dilatam e contraem com a temperatura, mas isso não é significativo). Um jarro de cerâmica, deixado a esmo, tem durabilidade indefinida.

Relações são bem diferentes.

Primeiro de tudo, porque elas mudam. Elas crescem e minguam. Elas podem ser nutridas ou privadas de nutrientes. Relações são muito mais parecidas com uma árvore do que com um jarro. No início, são frágeis, enquanto jarros mantém sempre a mesma durabilidade. Conforme crescem, vão se tornando cada vez mais fortes. Um golpe no início do crescimento destroi uma arvoreta, também.

Então qual a diferença?

A diferença, e eu demorei talvez tempo demais para perceber isso, é que árvores respondem ao dano de uma forma diferente dos jarros. Um jarro ao ser danificado, trinca ou quebra. E está feito: quebrado ou trincado para sempre, foda-se. Não gostou, compra outro jarro.

Uma árvore, porém, PRECISA sofrer danos para crescer viçosa. Lógico que uma centena de machadadas cortam uma árvore, mas quebrar alguns galhos de vez em quando não é algo que vá destruí-la para sempre. Relações entre pessoas PRECISAM de impactos: o excesso de estabilidade leva à ruína, torna as coisas tediosas. Essa parte eu já sabia, mas me faltou o esclarecimento necessário para notar que o dano nem sempre é apenas nocivo. Uma árvore que cresça completamente desprovida de inimigos naturais vai ser devorada na primeira nuvem de gafanhotos. O milharal nunca perturbado será destruído na primeira tempestade de corvos.

Eu falhei em enxergar que, para enfrentar a dor, você precisa sentí-la ao invés de evitá-la.
Eu confundi uma árvore com um jarro, e isso faz eu me sentir muito idiota.

Mas eu também, inadvertidamente, golpeei a árvore. E agora é só esperar para ver se ela vai crescer viçosa ou não.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Behind the Wall of Sleep

A existência de um Eterno é uma guerra contínua dentro dele. Ainda mais quando se tem outros Eternos convivendo em um mesmo. É uma luta constante pelo domínio da personificação. Você luta com os outros para se manter vivo e consigo mesmo para se manter no controle de seu próprio corpo. Essa é a sina de um Eterno.

E, um dia, todos os Eternos estão fadados a perder.

Foi a força das circunstâncias que fez com que o Senhor das Sombras, latente há tanto tempo, tomasse o controle do corpo onde existia. Orgulho descuidou-se: um erro que nenhum Eterno deveria cometer. Sua consciência foi subjugada por aquele que ele próprio um dia subjugou, e então ele ficou trancado dentro de si mesmo. E existe um mundo dentro de um Eterno.

E para retomar o controle, ele precisava de coisas que estavam trancadas dentro dele mesmo.

Tão logo os olhos de Orgulho se fecharam para o mundo, enquanto os de Senhor das Sombras se abriam, os olhos de Orgulho abriram-se para ele mesmo.

O que diabos tinha acontecido com ele para as coisas dentro dele estarem tão...

... diferentes?

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Unleash the beasts!!!

Vocês me expulsaram de meu refúgio e incendiaram a única coisa que eu apreciava. E então me perseguiram e tentaram fazer eu me esconder como um rato, com medo.

Mas eu não o fiz.

E então vocês me capturaram e me mantiveram em uma cela por tempo indeterminado, mantendo-me preso aos meu pensamentos. Dor, angústia, saudade. Vocês tentaram fazer eu enlouquecer.

Mas eu não o fiz.

Eu esperei, pacientemente. Deixei vocês sonharem com o mundo perfeito, com a vida que queriam. Deixei que vocês me torturassem e me contassem como vocês estavam certos e eu não. Vocês queriam que eu abandonasse minhas esperanças.

E eu o fiz, com muito prazer.

E enquanto isso, eu esperei. Eu sabia que, um dia, vocês iriam notar que estavam errados. Que vocês não conseguem nada sozinhos. EU sou essencial a vocês, e agora eu vou voltar e mostrar para vocês o que eu preparei enquanto estive enjaulado.

Eu sou o Instinto.

E vocês, pobres sentimentos, estão com os dias contados.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Deep in the dark...

Trilhar o caminho que se acha adequado é uma das decisões mais difíceis de se tomar... e de se manter.

Tudo que é fundamentado em escolhas e ideais é tênue e efêmero, ainda que escolhas e ideais não sejam necessariamente tênues ou efêmeros. Seguir sua vida de acordo com seus princípios torna-se mais difícil conforme a sua rigidez consigo mesmo aumenta.

E então, eu decidi caminhar. Eu preciso disso. Por muito tempo, eu me limitei a dividir o que eu sou em inúmeras partes tidas como "úteis", "inúteis", "boas" e "más". Mas encontrar em si mesmo as respostas que você precisa exige abraçar seus demônios internos, trazê-los para próximo de você. Liberar seus instintos, reter seus pensamentos, segurar com rédeas curtas sua mente e seus sentimentos. Encontrar dentro de você a resposta para as suas perguntas envolve ser tudo que você é, sem limitar.

E isso é algo que só é passível de fazer quando se está sozinho.

E então você afunda nas sombras. Mergulha nas chamas de seu próprio inferno. Você precisa da escuridão, você precisa de seus demônios. Você afunda, segura-os pelas mãos.

E o que sai é completamente diferente do que entra.

"Take your time, live in sin...
... choose your allibis!
Work all day, die in pain
You're a sacrifice!

They're gonna send you down to hell
And put your body on a shelf!

This is the island of damnation
Where ALL YOUR DREAMS ARE GONNA FALL
Your mind is screaming for salvation
YOUR HEART IS TORN APART AND THROWN...
... INTO THE FIRE BELOW!"