terça-feira, 24 de abril de 2012

These are the wizard's last holy sights... The Wizard's Last Rhymes!


“Se você encontrou essas páginas e não fui eu que lhe entreguei-as, então eu recomendo que você não as leia. Se você encontrou correntes com elas, então leia e saiba que você já está amaldiçoado.
  E eu já estou morto.
Enquanto as escrevo, vomito sangue pelo menos duas vezes por hora. Minha pele enche-se de marcas, símbolos, estigmas. A íris de meus olhos já tornou-se vermelha e a esclerótica, que os leigos chamam de “branco do olho”, já está preta. Meu corpo entra em colapso pelo uso extremo de magia, e meus sucessivos cortes para transformar meu sangue no combustível de minhas magias só aceleraram esse processo.
Morro carregando o legado dos Della Rey. E por mais debilitado que eu esteja, tenho certeza que ninguém virá me matar. Esses são meus únicos momentos de paz. Um whiskey barato e uma carteira de cigarro estão em minha mesa enquanto escrevo. No momento de minha morte, é que minha mente nubla. Faltam palavras pra descrever o que sinto...
... porque eu falhei.
Sim, falhei. Ninguém pôs as mãos nessas correntes, e muitos tentaram. Mas meu corpo apodrecerá e não poderei mais defendê-las. Irônico como eu literalmente dei a vida para protegê-las.
Sobre minha irmã... eu cometi um erro atrás do outro até que, finalmente, um dos dois teve que pagar. E foi ela. Não estava na minha capacidade evitar, era lógico. Era tão lógico que eu, sinceramente, não acredito que não percebi antes. Minha irmã pagou com a vida.
Sobre Augustus... ele foi um idiota. Eu jamais poderia ter protegido-o, mas eu poderia ter tentado se ele tivesse sido honesto sobre suas origens. Talvez um dia, se eu conseguir resolver minha situação como alma, eu tente resgatá-lo... quem sabe para matá-lo por sua estupidez.
Sobre o diácono... sim, talvez eu tenha traído-o. Mas ele arriscou minha vida ao invadir minha casa e fazer dela sua base de operações. Ele me devia, e eu devia para Smaphael. O protocolo era óbvio.
Sobre Deborah... talvez a única coisa que eu realmente pudesse ter mudado, mas ela cavou a sua própria cova. Tudo que eu fiz foi empurrá-la pra dentro.
Meus dias como humano na Terra terminam e, sinceramente, eu sequer irei sentir falta. Os dias tormentosos e as noites mal dormidas. As batalhas contra demônios tão profanos que a própria Terra urrava de dor com sua presença.

Nenhuma história de amor com uma anja.

Nenhum anjo rebelde que caiu para me ajudar.

Nenhum irmão que esteve comigo incondicionalmente.

Essa é a história de um verdadeiro caçador de demônios.
           
E, agora, ela termina.”

-Encontrado, transcrito e publicado por Stride Sinkiller.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Let the Rain

Bom, tem várias pessoas pra quem eu disse que ia escrever e, recentemente, os pedidos de algumas se mostraram mais viáveis do que os de outras. O pedido de minha mais recentemente adquirida irmã, por exemplo, foi quase visionário. Nada mais justo, então, do que escrever a postagem à pedido de minha nee-chan, Sarah.

"As lágrimas vieram aos meus olhos como uma chuva violentíssima quando o coração de minha irmã deu sua última batida.

O céus se fecham e então eu sinto que os portões vão se abrir.

E a voz de minha irmã ressoa em minha cabeça dizendo: "deixe a chuva".

Mas não.

A morte de minha irmã foi um golpe baixíssimo do Destino em minha vida. Injusto com ela, talvez merecido por mim. Mas ela definitivamente não merecia morrer, não daquele jeito, depois de horas de tortura. Quantas vezes ela gritou por meu nome? Talvez nenhuma, talvez inúmeras. Quantas vezes ela desejou nunca ter me chamado de volta em sua vida? E o filho dela, que desapareceu? A captura de Augustus, a única pessoa em quem ela confiava? Seria isso tudo minha culpa?

E novamente, à chuva vem. Eu senti, algumas vezes na minha vida, que existia mais no mundo do que minha alma, agora afogada, percebia.

Eu estava errado.

Não existe mais nada. Não existe mais Helena, não existe mais Augustus, não existe mais um possível Della Rey. Não existe mais ninguém em quem eu possa confiar, salvo talvez aquele mago patético que se esconde em minha casa com medo de sair na rua. O mundo torna-se um lugar mais sombrio e terrível a cada segundo, e a maldição dos Della Rey segue implacável, retirando de minha vida todos aqueles que ousam lutar ao meu lado. E agora planos ainda mais profundos que o Inferno espalham seus tentáculos na Terra e, para variar, eu estou no centro do furacão.

E para piorar, é tudo culpa minha

Os céus escurecem. Não mais em minha alma... mas no mundo real.

Eu gostaria de deixar a chuva vir essa noite.

Mas as sombras de minha vida jamais me deixariam fazer isso."