segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Rise of the Fallen 7: The Truth Beneath the Rose

-Azazel, não faça isso.-disse Gabriel.

Suspirei.

-Meu irmão. Eu sinto muito. Mas eu preciso. Você acha justo o que foi feito a mim? Eu sei que não acha. Eu lembro. Você foi contrário ao meu castigo.-respondi.

Gabriel ergueu-se, com as mãos algemadas. Suas costas sangravam e o sol poente brilhava vermelho. Ele olhou em meus olhos.

-Você está se tornando um demônio, irmão. Está matando sua própria gente, traindo e mentindo. Eu sinto muito, muito mesmo por isso.- disse ele.

Dei-lhe um soco na cara e então arrastei-o pelo caminho.

-Você não sabe de nada. Você sabe qual a diferença entre Lucifer e Miguel? Lucifer se rebelou primeiro.

-Você está mentindo, Azazel.

-Idiota.-respondi.-Você não vê, né? Eu estou SALVANDO vocês. Matar todos os humanos é a única forma de terminar de vez com a pena a qual vocês foram submetidos.

-Isso é insano, meu irmão. Os humanos são a chave para a vitória.

-Você não vê além, Gabriel. Quando os humanos forem Arrebatados, eles estarão acima de nós, anjos. E então, nós perderemos a função. Nosso Pai nos criou para que o servíssemos e, futuramente, servíssemos aos humanos. Quando eles não precisarem mais de nós, nosso Pai também não precisará. E nós seremos mortos.

Gabriel ficou quieto. Eu sabia que ele se recusava a acreditar, mas meu argumento fazia sentido. Era a mais pura e cruel verdade.

-E se nosso pai perder, Azazel? Qual sua insana hipótese?-perguntou ele.

-Então Lucifer vence. Todas as almas humanas tornam-se posse dele. Vocês ficarão sem corpos para vestir e, eventualmente, acabarão sendo derrotados e mortos.-respondi.

-Então você está dizendo...

-... que não importa quem vencer: NÓS perdemos.-completei.-Ajude-me, irmão. Se conseguirmos manter as almas humanas longe de Céu e Inferno, poderemos manter a guerra equilibrada. Somente então teremos chances de vencer. De existir, e não sermos descartados.

Gabriel ficou quieto. Seus olhos me encararam.

-O que posso fazer?- perguntou o anjo.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Rise of the Fallen 6: Angel's Punishment

Olhei para eles dois.

-Vocês estão... humanos.-disse eu.-Não apenas em aparência, há uma alma aí dentro. O que diabos deu em vocês para saírem possuindo essas vestes como se vocês fossem... demônios?

Rafahel tomou a dianteira na resposta. Usava um corpo de altura mediana para um humano, corpo esguio. O cabelo era bastante curto e escuro, com olhos quase completamente brancos. Esse último detalhe era devido à possessão.

-As coisas mudaram, Azazel. Corpos humanos fazem nossa presença mais tolerável para a dimensão ao nosso redor. Não é a toa que o mundo está um caos. A sua presença é nociva para este planeta.

Respirei fundo.

-Sim, é. Agora me digam, meus irmãos mais novos, o que vocês estão fazendo aqui... e porque trouxeram uma corrente de Asmodeu?

Gabriel respondeu, dessa vez. Era um pouco mais baixo, mas o corpo também era mais forte. O cabelo era comprido, liso e escuro. O olhar era como o de Rafahel.

-Viemos prendê-lo, mas temos permissão para matá-lo, Azazel. Estamos armados para matá-lo e não nos orgulhamos disso. Não dificulte ainda mais as coisas.

Não consegui conter o riso.

-Hahahahaha. Inacreditável. Mandaram vocês dois?-olhei para cima, com um sorriso.-É sério? Isso é tudo?-suspiro.-Bom, vamos a isto.

-Azazel...-começou Rafahel.-Sentimos muito.

-Eu não sinto.-respondi.

Uma luta entre dois anjos é devastadora. Entre três, então, seria tranquilamente capaz de destruir meio continente se eu estivesse enfrentando os anjos certos. Mas não era o caso.

Rafahel era o mais fraco e, por isso, foi o primeiro. Trocamos socos e pontapés, mas as minhas habilidades de combate eram superiores. Atirei-o contra Gabriel e então golpeei de novo, com força. Ele tentou levar a luta para o ar, voando, mas segurei-o pela perna e então bati com seu corpo no chão. Alguns dentes caíram. Pisei em suas costas, saquei de volta minha lâmina e então atravessei seu coração.

A explosão de energia que emanou da morte do anjo arremessou Gabriel longe. Não tive dúvidas. Peguei a corrente de Asmodeu que estava em posse de Rafahel e, velozmente, prendi os dois braços de Gabriel. Para certificar-me de que ele não iria fugir, arranquei suas duas asas. O grito de agonia que ecoou de sua garganta rachou o chão ao meio em diversos pontos.

-Certo. Agora você está amarrado com uma corrente que somente quem utilizou-a pode soltar. Está sem asas e sem poder nenhum. Agora, meu irmão mais novo, você vem comigo.

-Para onde?- perguntou o anjo, entre gemidos de dor.

-Vou fazer o que qualquer pai honrado deveria fazer: vou levar o homem que matou Morte ao irmão dele, Guerra.

Gabriel me olhou com desprezo.

-Eu não matei Morte, Azazel.

Olhei-o de volta, com pena.

-Tente convencer Guerra disso.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Rise of The Fallen 5: "Bleed"

-Pai?-ouvi o gigante falar.

-Filho, estou aqui. De volta.-respondi.

-Quanto tempo se passou?

-6 mil anos, meu filho. Um longo tempo. Mas é hora de liberarmos os outros.

Ouvi uma profunda respiração.

-Não.-disse ele.

Pasmei. O que diabos ele quis dizer?

-Não? Meu filho, são seus irmãos! Eles também estão trancados!-disse eu, enfurecido.

-Pai. Porque eu iria querer libertá-los? Eu vou morrer. Você me matou no momento em que me trouxe de volta.

Inacreditável. Tudo tinha sido tirado de mim. Até meu próprio filho me negava respeito, obediência, devoção. Isso não era obra de meu Pai, nem de meus irmãos.

-Meu filho. Eles me tiraram tudo. Tudo. Até minha arma. Ajude-me a fazê-los pagar por isso. Eu preciso da sua ajuda. Você é um dos Quatro. É o seu Destino.

Ele olhou para mim. Reduziu-se até ficar ao meu tamanho e então olhou em meus olhos.

-O que EU tenho a ver com isso, pai? Por sua culpa, eu nasci e fui obrigado a assistir meus irmãos morrerem, quase todos. Você nos mandou para mundos diferentes, completamente caóticos. Você não tinha a menor ideia de para onde estava nos mandando e mesmo assim, o fez. Eu não vou ajudá-lo. Vá embora.

Baixei meus olhos. Minha mão direita direcionou-se até a ponta da lança.

-Eu realmente sinto muito, meu filho. Isso nunca fez parte dos meus planos. Você era pra ser uma ferramenta importante, mas escolheu outro caminho. Farei o que você quer que eu faça.

-Você vai fazer isso, não é? Eu vejo. Você me libertou para que eu o servisse.-respondeu ele.

-Eu o libertei para que você ajudasse seus irmãos. Mas você nos traiu. Traiu a nós todos. E eu não suporto mais traições. Você talvez não queira lutar. Vai ser mais fácil.

-Não quero facilitar, pai. Você quer me matar, porque eu facilitaria?

-Porque vai ser pior pra você do que pra mim. Eu queria fazer isso rápido.

-Tente.

Saquei minha arma e investi contra ele. O garoto era forte. Muito forte. Mas eu já era velho quando ele nasceu, e o poder de um anjo nunca para de crescer. A luta foi dura, mas estava decidida no momento em que começou. Minha lâmina cortou o peito dele de uma ponta até a outra. Ele caiu de joelhos. Ergui a ponta da lança para terminar com seu sofrimento, mas ele me interrompeu.

-Não. Deixe-me morrer, lentamente.-disse ele.-Eu quero que você assista.

Obedeci. Vi o sangue do meu primeiro e mais pródigo filho verter e, tão logo a vida sumiu de seu corpo, berrei aos céus, amaldiçoando-os.

-A todos vocês aí em cima: EU vou trazer-lhes dor e agonia.-gritei.

-Azazel. Chega. Viemos acertar as contas.- disseram duas vozes atrás de mim.

Reconheci instantaneamente

-Rafahel e Gabriel.-suspirei.-Faz tempo desde que os vi pela última vez.

sábado, 21 de agosto de 2010

Rise of the Fallen 4: Awaken the Giant

-Bom tê-lo ao nosso lado, Azazel. Sei que tens compromisso, não vamos prendê-lo.-disse Ódio.-Quanto ao nosso irmão que mataste, devo dizer que ele retornará, e por isso não teremos uma conversa mais séria sobre esta... ofensa.

-Você age como se eu desse bola pra isso. E esperem minhas ordens: não quero perder meus únicos aliados na hora errada.-respondi.-Agora vou-me.

Abri as asas e voei. Idiotas, eles estavam mortos no segundo em que tiveram a ideia estúpida de me procurar como aliado. Lógico que eu iria aceitar: quanto mais espantalhos eu tivesse pra atirar no campo de batalha, melhor. Eu sabia que estava sendo observado, por Céu e Inferno. Espero que eles tenham visto que me aliei aos Eternos: vai dar a eles ainda mais vontade de vir me pegar.

Eu sentia meu primeiro filho próximo. A energia que ele emanava era intensa, talvez até palpável para os humanos mais sensíveis. Eu lembro que alguns humanos foram grandes magos, pouco tempo antes de meu cárcere. Não, não eram grandes, não. Apenas superaram as expectativas.

Tinha chegado nele. Era o local de descanso dele; ou melhor, do Portal que conduzia até ele. Ficava lá, dentro da cidade. Ponderei sobre o assunto: eu poderia chamar atenção ao convocá-lo. Atenção desagradável, talvez alguém tentasse interromper. Afinal de contas, seria uma situação muito estranha. Quer saber? Foda-se. É minha missão.

Pus minhas mãos no chão e então liberei todo meu poder. Foi exaustivo, mas funcionou. A terra começou a tremer, enlouquecidamente. As ondas de energia fizeram as placas tectônicas chorarem e partirem-se. A cidade começou a ruir. Estendi minhas mãos e despejei uma nova onda de energia. O fogo sagrado, agora não tão sagrado, devastou a tudo. Ninguém sobreviveu e nada restou de pé. Somente eu. E ele.

Comecei a recitar:

"A salvo do tempo
A salvo do espaço
Deste maldito relento
Volte aos meus braços

De meus filhos o maior
Mais glorioso e mais forte
Retorne do teu sono

Meu filho, Morte."

E como um bebê, ele voltou. Primeiro a cabeça, depois os ombros... até que o corpo inteiro tivesse saído. Era alto, mas não muito.

No máximo 30 metros de altura.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Rise of the Fallen 3: Eternal

O ódio e a raiva ainda ferviam enquanto eu encarava minha antiga e amada arma aos pedaços. Por um momento, desejei que me encontrassem: iria eviscerá-los, matá-los, destruir suas ess...

Quem diabos estava à minha frente, agora? Surgiu do nada, do mais absoluto nada. Não era anjo ou demônio.

-Saudações, Azazel. Seu retorno não passou despercebido.-disse a criatura.

-Eu nunca fui a lugar algum para poder retornar. E quem diabos é você?- repliquei, impaciente.

-Meu nome é Ódio. E estes... - surgiram dois outros ao seu lado.-São Inveja e Honra.

-E o que eu quero com vocês? Desapareçam da minha frente!

-Não tão rápido... temos uma proposta para você. E para seus filhos.

Fiquei quieto. Quem diabos iria querer se aliar a mim? Eu era o filho da puta mais procurado atualmente. Pior que o filho do capeta. Deve ter uma recompensa gigante pela minha cabeça, esse palhaço só pode estar brincando.

-Proposta? Existe uma recompensa no céu e outra no inferno pela minha cabeça, você não pode estar falando sério. Você é retardado?-disse eu.

-Não. Eu sou Eterno.

Inacreditável. Essas pragas existiam mesmo, então. Eu sempre achei que eles fossem invenção pra assustar a gente, dizendo que existia um terceiro lado na guerra entre céu e inferno. Um lado que simplesmente queria que todos perdessem.

-Certo. Você quer fazer parte do fim do mundo?-perguntei.

-Queremos que ele volte a ser nosso. Eu e meus irmãos. Estamos dispostos a ajudá-lo, contanto que o mundo fique como nosso espólio ao fim da guerra.

-Acordo feito.-respondi.

-Como sabemos que podemos confiar em você, demônio?- perguntou Inveja.

Meu sangue ferveu. Caminhei até ele.

-Vocês podem.-respondi.

-Confiamos.-disse Ódio.-Então, o pacto. Faremos com sangue.

-Certo.

Rápido como um raio, segurei Inveja pelo pescoço. Arremessei-o longe e então corri em sua direção, com a minha lâmina em mãos. Degolei-o com um único talho e então lavei minhas mãos com seu sangue. Um jato de luz ocorreu antes de o corpo de Inveja desaparecesse.

-Por ter me chamado de demônio.-disse eu, e apertei a mão de Ódio.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Rise of The Fallen 2: Flash of the Blade

Eu estava, naquele exato momento, procurando duas coisas.

A segunda era importante, sim, mas nada como a primeira. Afinal de contas, eu poderia começar o apocalipse sozinho, mas a tarefa seria um pouco mais árdua. Eu não queria correr riscos, e Miguel e o resto dos Ursinhos Carinhosos já devem ter notado meu despertar. Mas eu sei que o Big Boss não pode ficar muito tempo na terra, então ele só aparecerá na hora certa. Problema dele: só existe uma hora - tarde demais.

A primeira coisa, essa sim era realmente importante. Acontece que há 6 mil anos atrás, quando resolveram brincar de esquilo e me enterraram até que nascesse uma desgraçada duma árvore, eu tinha uma arma. Não era uma arma qualquer, lógico que não: eu tinha forjado ela pessoalmente. Era provavelmente a melhor arma já feita no mundo. Usei metais raros, negociados com criaturas sobrenaturais dos mais diversos reinos, encantamentos tirados à força dos Djinni do deserto. Forgei-a nas chamas do Inferno, antes de conduzirmos Lucifer ao seu local de aprisionamento. Pra dizer o mínimo sobre minha arma, era indestrutível por qualquer meio conhecido, a não ser pelo meu Pai. Pessoalmente.

E logicamente, agora ela estava perdida. Afinal de contas, não deixei que a capturassem. Minutos antes de minha captura, arremessei-a. Era aerodinâmica como um pássaro e minha força naquele momento, quando a raiva ardia em meu coração, era incalculável. Nem eu próprio sabia onde ela estava. Era indetectável por qualquer meio: nem mesmo detectores de metal iriam revelá-la. Mas eu, somente eu, podia sentí-la em qualquer lugar do universo, e além. Era o único objeto pelo qual mantive meu amor durante todo esse tempo.

Aproximei-me do local do descanso de minha gloriosa arma. Um descampado, completo. O tempo tinha encoberto os sinais de sua passagem. Enterrei minhas mãos e então ergui-as: a Terra entendeu minha ordem e revirou-se até revelar a magnífica e gloriosa...

... lança quebrada em uns 6 pedaços.

Como diabos isso aconteceu? Era indestrutível, eu próprio tinha me encarregado disso, a não ser que...

... meu Pai tenha estragado meu brinquedo favorito.

Um momento de angústia para alguém que passou milênios enterrado NUNCA é uma boa ideia. Peguei apenas a parte da lâmina que estava ligada ao cabo, também quebrado, e guardei-a numa bainha improvisada. Aquilo tinha passado dos limites, nem Lucifer tinha sido tão horrivelmente castigado.

Decididamente, era hora de igualar as escalas.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Rise of The Fallen 1: Out On the Water

Bom, estamos em 2040. Uma escavação petrolífera cavou um buraco no lugar errado e acabou causando uma explosão num suposto depósito de gás que na realidade nunca existiu. Aquelas brocas gigantescas criaram uma faísca imaginária que explodiu a completamente quimérica jazida subterrânea de metano ou qualquer outra coisa parecida.

Pelo menos foi isso que eu ouvi dizer.

Na realidade, fui eu. Não poderia perder a oportunidade. Passei 6 mil anos enterrado e, de repente, alguma coisa gigante de ferro vem e abre um furo na minha jaula. A luz do sol entrou. Eu senti saudades da luz. Não pensei duas vezes: coloquei a mão para fora dos limites de meu cativeiro e então despejei meu poder. Eu não tinha a menor ideia do tamanho da área que seria destruída, fazia muito tempo desde a última vez que fez-se necessário reagir. A explosão foi como uma mancha solar: derreteu metal, evaporou água, queimou vidas.

Foda-se.

Saí daquele buraco quase infernal. Arrastei-me. Eu, um dos Primeiros. Mas estou finalmente livre. Contemplei o céu: ainda era azul. Minhas asas cinzentas abriram-se, quase atrofiadas. Era hora de voar de novo.

No reflexo da água do mar, vi meu rosto pela primeira vez desde minha condenação. Continuava igual: cabelos compridos, nariz aquilino e olhos expressivos. Quase completamente brancos, mas muito expressivos. Meu corpo tinha sofrido algumas das consequências da ausência de luz solar: minha pele tinha tornado-se morbidamente pálida. As asas cinzentas formavam um manto e cobriam meu corpo. Gostei da aparência. Vou manter-me assim.

Os primeiros humanos apareceram. Eram mais altos agora e usavam aparelhos esquisitos. Antes de ser preso, utilizei alguns feitiços: dentre os anjos, nenhum era mais capaz com magia do que eu. Mantive-me consciente, olhos e ouvidos acima daquele buraco desgraçado. Chamavam de tecnologia. Patético.

A hora deles estava para chegar.

Voei para longe, encoberto pela fumaça. E rumo ao local de descanso do primeiro de meus Cavaleiros.

Do mais velho de meus filhos.

sábado, 7 de agosto de 2010

Rise of the Fallen (INTRO)

Irmãos mais novos.

Ok, é até meio instintivo detestá-los. Toda aquela coisa de fazer eles parecerem os "favoritos da multidão", só para a auto-estima deles crescer e eles serem felizes. Eles sempre atormentam algum filho único que era o orgulho de seus pais. No meu caso, só do meu pai. Nunca soube quem era minha mãe.

Além disso, eles nunca realmente sabem o que estão fazendo. Mexem nas coisas do pai sem saber se podem... ou, pior, sabendo que não podem. E nós temos que protegê-los. Papai sempre pede para que nós demos toda atenção do mundo a ele. E é aquela sensação que um homem de 40 anos tem ao ver o emprego da sua vida ser dado a um garoto de 22 anos. "Eu já trabalhava quando esse moleque nasceu". Pior, além de tudo, o garoto ainda passa a ser seu patrão. Anos de experiência e esforço postos sob o comando de um pirralho que mal saiu das fraldas. Frustrante.

Revoltante.

E nós temos que ACEITÁ-LOS. Porque não temos escolha, não é da nossa alçada decidir se eles existem. Temos que aprender a gostar deles ou morrer tentando, porque simplesmente não há nada que possamos fazer. Nada dentro da lei, pelo menos.

Eu tenho um irmão mais novo e dois mais velhos. Na realidade, tenho milhares de irmãos mais novos. Eu tinha uma namorada, também, pelo menos até meu pai interferir no meu relacionamento. E eu fui trancado em um lugar escuro durante um tempo que não parecia passar. Mas no fim das contas, não foi muito. Foram apenas 6...

... milênios.

Mas agora estou de volta. Novo em folha.

Meu nome é Azazel. Minha profissão é "Cavaleiro do Apocalipse".
Eu sou o Quinto.
O responsável por começar tudo.
Mãos à obra!