-Azazel, não faça isso.-disse Gabriel.
Suspirei.
-Meu irmão. Eu sinto muito. Mas eu preciso. Você acha justo o que foi feito a mim? Eu sei que não acha. Eu lembro. Você foi contrário ao meu castigo.-respondi.
Gabriel ergueu-se, com as mãos algemadas. Suas costas sangravam e o sol poente brilhava vermelho. Ele olhou em meus olhos.
-Você está se tornando um demônio, irmão. Está matando sua própria gente, traindo e mentindo. Eu sinto muito, muito mesmo por isso.- disse ele.
Dei-lhe um soco na cara e então arrastei-o pelo caminho.
-Você não sabe de nada. Você sabe qual a diferença entre Lucifer e Miguel? Lucifer se rebelou primeiro.
-Você está mentindo, Azazel.
-Idiota.-respondi.-Você não vê, né? Eu estou SALVANDO vocês. Matar todos os humanos é a única forma de terminar de vez com a pena a qual vocês foram submetidos.
-Isso é insano, meu irmão. Os humanos são a chave para a vitória.
-Você não vê além, Gabriel. Quando os humanos forem Arrebatados, eles estarão acima de nós, anjos. E então, nós perderemos a função. Nosso Pai nos criou para que o servíssemos e, futuramente, servíssemos aos humanos. Quando eles não precisarem mais de nós, nosso Pai também não precisará. E nós seremos mortos.
Gabriel ficou quieto. Eu sabia que ele se recusava a acreditar, mas meu argumento fazia sentido. Era a mais pura e cruel verdade.
-E se nosso pai perder, Azazel? Qual sua insana hipótese?-perguntou ele.
-Então Lucifer vence. Todas as almas humanas tornam-se posse dele. Vocês ficarão sem corpos para vestir e, eventualmente, acabarão sendo derrotados e mortos.-respondi.
-Então você está dizendo...
-... que não importa quem vencer: NÓS perdemos.-completei.-Ajude-me, irmão. Se conseguirmos manter as almas humanas longe de Céu e Inferno, poderemos manter a guerra equilibrada. Somente então teremos chances de vencer. De existir, e não sermos descartados.
Gabriel ficou quieto. Seus olhos me encararam.
-O que posso fazer?- perguntou o anjo.
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