quarta-feira, 26 de outubro de 2011

For I have mourned for so damn long... that I forgotten what it was for...

Exaustão.

Essa palavra normalmente é usada quando alguém está além do cansaço, normalmente em virtude de exercícios físicos intensos. Mas a mente também fica exausta, e eu ouso dizer que a sensação é bem pior.

Um corpo exausto sabe do que precisa: um banho para refrescar as ideias, comida para repor a energia gasta e um bom sono pra descansar a musculatura. Receita perfeita para um dia de esforço intenso. Mas e a mente? Do que precisa uma mente exausta.

Principalmente, em minha opinião, de paz. Descanso, a sensação de nada para pensar. Alguém pode me dizer "como tu tá exausto se tu não faz nada?".

Primeiro de tudo, é o oposto. Eu não faço nada porque estou exausto: estou exausto com a minha faculdade que não me satisfaz mais, estou exausto com tudo que me aconteceu esse ano... Eu simplesmente NÃO CONSIGO fazer mais nada. E, por isso, não faço.

Eu só quero que a tempestade vá embora. Que a sombra que fica em cima de mim vá embora... "embora eu, de uma forma perturbada, aprecie a minha desgraça... e, de uma estranha forma, eu cresci junto com a minha agonia". (Home in Despair - Sentenced)

Esses dias eu escrevi a seguinte frase: "Não importa o que te aconteça, bom ou ruim... sempre dá pra tirar uma lição dessa caralha." Essa frase é super batida, mas eu acho que tava faltando eu prestar atenção nela. É isso que me deixa tão exausto: eu passo por situações nas quais eu não aprendo nada, seja porque não quero ou porque não consigo prestar atenção. Então eu simplesmente sou soterrado pelo acontece, até que não sobre espaço pra eu respirar. E então eu forço meu caminho pelos destroços até chegar a superfície...

... e isso me deixa exausto.

domingo, 16 de outubro de 2011

Secrets of an Old Tale III: Bloodline

(Sem relação com o Tomo Desconhecido de Fúria... esse trecho se passa muito antes)

Confesso que senti muita dor quando todo aquele redemoinho de poder colidiu comigo. Eu já tinha lutado muito, mas nada se comparava àquela entidade. Malditas criaturas sobrenaturais, elas conseguiam avacalhar com todas as possíveis regras que alguém pudesse criar.

-Ah Orgulho... você me devia uma, não? Então agora pague!

Desgraçado. Eu vi uma lança cruzar o céu mais rápido do que a própria luz. E, logicamente, doeu como o inferno quando ela me acertou. Rolei no chão, agonizando, enquanto a maldita entidade parou ao meu lado.

-Isso ainda não está terminado, meu caro. Eu ainda vou ter sua cabeça. É bom você se preparar, Desgraça.

Ele riu.

-O que você pode fazer contra mim, Orgulho? Você está imerso em minhas ilusões... afogado em meu próprio poder. Que tipo de magia poderia retirá-lo disso?

Magia. Agora estava óbvio... Confesso que, por um momento, tive medo. Mas tinha alguém que estava pronto para me defender... e eu talvez tivesse esquecido disso.

-Você acha que nenhum poder me tiraria de suas garras?-perguntei, com uma nota de sarcasmo na voz. Tentei me levantar, mas sem sucesso -Poupe-me de sua arrogância, verme.

-Eu, arrogante? O que poderia livrá-lo de mim?

Uma tempestade de proporções míticas formou-se no céu. E então choveram os raios. Milhares deles, todos no mesmo ponto. Todos em meu adversário. Quanto azar, não?

Não. Não foi azar.

E ele desceu, então. As asas despenadas abertas, um velho estandarte para mim. Não importa o quão difíceis ficassem as coisas... quando aquelas asas apareciam, elas estavam resolvidas.

-Você está um bagaço, Orgulho. Eu deveria matá-lo pra manter a memória que eu tinha de você imaculada por este momento.

-Não fale isso, meu irmão. Não importa quanto eu sofra... eu sempre estou pronto para a próxima batalha.

Aqueles raios não foram guiados pelo azar.
Foram guiados pelo Revés.

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Uma homenagem ao meu irmão de sangue, do qual posso estar distante agora, mas cujas asas sempre serão, para mim, um sinal de que a luta ainda não acabou.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

All the losses, sacrifices, all the things we have missed...

Perda.

Eu talvez nunca tenha aprendido a lidar com perdas. Não somente perdas: derrotas. Eu não sou alguém que pode ser considerado um vencedor na vida, embora tenha lutado muito em alguns momentos. Nunca passei por dificuldades, pelo menos não quando podia fazer algo para mudá-las. Minha vida foi estável, pelo menos financeiramente.

Mas ainda, assim, perdas acontecem.

E perdas foram uma coisa que eu tive que me acostumar nos últimos anos. Perder oportunidades, amigos, companheiros... e, ultimamente, pessoas. É mais difícil do que parece quando você olha de fora do espectro.

A perda em si é horrível, algumas vezes traumatizante. Mas ela é definitiva, incontestável, irrevogável. Não existe caminho de volta: e isso talvez seja, de certa forma, um pouco tranquilizante. Porque quando a perda acontece, começa o luto... mas encerra-se a angústia.

A angústia é a pior parte de qualquer perda. Não é o momento derradeiro no qual tudo é arrancado de suas mãos: são os momentos anteriores, nos quais você é lentamente envenenado por uma realidade cruel que contrasta com os fiapos de esperança que ainda restam. E como todo veneno lento, o dano é a longo prazo: você sente-se como se estivesse definhando, uma dor lenta e crescente que engole você como uma jiboia. É doloroso, gradual...

Cruel.

A vida, na realidade, é a mais cruel de todas as piadas. Ela é o que é, com inúmeras explicações que estão sempre todas erradas, porque nós nunca vamos conseguir entender essa bagaça. E nela somos expostos a tudo quanto é tipo de desgraça que pode acontecer com alguém: até que, no fim, descobre-se que ela é uma piada de mal gosto. Não tem um motivo, uma razão ou uma justificativa. Ela foi contada, terminou, e você ainda não a entendeu. E a piada individual que é a vida de cada um vai sendo encerrada de forma brusca e dificilmente justificável, uma a uma... até que a sua própria piada se encerra.

E nem você e nem ninguém conseguiu entendê-la.