-Acompanhe, e lidere, os Eternos.-disse eu.
-Não entendo porque você se aliou a eles.-respondeu Gabriel.
-Porque não existe rei sem escravos.-respondi.-Aqueles idiotas podem ser úteis, mas não sem alguém para dizer o momento no qual eles devem morrer. Sukht.
As correntes soltaram-se dos punhos de Gabriel. Estava livre para fugir, mas eu sabia que ele não iria. A essas alturas, todos os anjos do mundo já tinham ideia de que ele talvez estivesse morto ou pior, ao meu lado. Batalhas entre anjos não são muito duradouras.
-Então, estás livre. Voe, se quiser.-disse eu, estalando os dedos. As asas dele cresceram de novo.-Mas não acho que vão aceitá-lo de volta.
Seus olhos ficaram marejados de lágrimas.
-Dor. Você só sente quando cai. Bem-vindo, meu irmão.-disse eu, fingindo tristeza.-Vá. Encontre os Eternos. Derrote algum deles e aproprie-se de sua arma, pois são poucas as coisas capazes de matá-los.
-Não se preocupe.-disse Gabriel, com um sorriso.-Eu tenho algo que pode fazer isso.
Por um momento, enquanto ele desembainhava sua arma, eu fiquei confuso. Mas tão logo vi o que era, fiquei infinitamente mais confuso. Não era possível que alguém como ele estivesse com algo como aquilo.
-Mas isso...-disse eu, com um sorriso de orelha a orelha.-Isso é a Lança do Destino.
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