Voei até Guerra, pois já chegava de perder meu tempo. Era hora de trazer o fim. Minhas asas batiam, mais rápido do que olhos humanos poderiam ver. Cruzei o oceano em poucos minutos e então senti a presença de meu filho. Era hora de despertá-lo.
Pousei. Era uma floresta extensa e densa. Ninguém em volta. Encostei no chão e então recitei as velhas rimas que abriam os portais. A magia funcionava da mesma forma com a poesia, mas enquanto a poesia tira sua força das emoções, a magia tira sua força da vontade do conjurador. Quanto mais resoluto e obstinado, mais eficiente e capaz é o usuário. Eu, pessoalmente, era quase imbatível nesse aspecto. Tanto tempo acumulando minhas energias. Era a hora de liberá-las.
O portal abriu-se de forma repentina e eu esperei que o gigante saísse, com os olhos injetados de sangue e pronto para um massacre.
Ao invés disso, saiu uma criatura vinte centímetros mais baixa que eu e com um manto cinzento.
-Será possível que TODO meu Apocalipse foi tirado de mim?-gritei.-Quem diabos é você?
A criatura respondeu.
-Não interessa.-respondeu.-Você está atrasado, Guerra já foi libertado.
Pasmei.
-Como assim? Quem diabos é você... e mê de um motivo para acreditar em você. E outro pra não matá-lo.-perguntei.
-Já disse que não interessa. Guerra já foi libertado e morto. Morte já partiu, por suas próprias mãos.-respondeu ele.
-Você ainda não me deu um motivo para não matá-lo.-insisti.
-Você não pode me matar. Eu sou um enviado, não uma entidade. Sou imortal, pois não existo. Você está atrasado, Azazel. O fim do mundo começou muito antes de você voltar. O mundo já está acabando e não tenho certeza se a sua participação é importante. Mas nada o impede de tentar.
-QUEM É VOCÊ?-gritei.-RESPONDA-ME, INFELIZ.
A criatura tirou o capuz que cobria seu rosto. Não tinha expressão, somente uma cabeça com dois olhos e uma boca.
-Eu sou o Destino, Azazel. E sugiro que você modere seu tom ao falar comigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário