"As lágrimas vieram aos meus olhos como uma chuva violentíssima quando o coração de minha irmã deu sua última batida.
O céus se fecham e então eu sinto que os portões vão se abrir.
E a voz de minha irmã ressoa em minha cabeça dizendo: "deixe a chuva".
Mas não.
A morte de minha irmã foi um golpe baixíssimo do Destino em minha vida. Injusto com ela, talvez merecido por mim. Mas ela definitivamente não merecia morrer, não daquele jeito, depois de horas de tortura. Quantas vezes ela gritou por meu nome? Talvez nenhuma, talvez inúmeras. Quantas vezes ela desejou nunca ter me chamado de volta em sua vida? E o filho dela, que desapareceu? A captura de Augustus, a única pessoa em quem ela confiava? Seria isso tudo minha culpa?
E novamente, à chuva vem. Eu senti, algumas vezes na minha vida, que existia mais no mundo do que minha alma, agora afogada, percebia.
Eu estava errado.
Não existe mais nada. Não existe mais Helena, não existe mais Augustus, não existe mais um possível Della Rey. Não existe mais ninguém em quem eu possa confiar, salvo talvez aquele mago patético que se esconde em minha casa com medo de sair na rua. O mundo torna-se um lugar mais sombrio e terrível a cada segundo, e a maldição dos Della Rey segue implacável, retirando de minha vida todos aqueles que ousam lutar ao meu lado. E agora planos ainda mais profundos que o Inferno espalham seus tentáculos na Terra e, para variar, eu estou no centro do furacão.
E para piorar, é tudo culpa minha
E para piorar, é tudo culpa minha
Os céus escurecem. Não mais em minha alma... mas no mundo real.
Eu gostaria de deixar a chuva vir essa noite.
Mas as sombras de minha vida jamais me deixariam fazer isso."
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