"Cara irmã,
Escrevo-lhe essa carta porque não irei vê-la de novo. Helena, não chore... acredite em mim, eu faço isso por você.
Helena, eu lembro de você ter aparecido em minha vida quando ela tinha apenas começado. E mal sabia eu aonde isso tudo iria parar quando começou...
Eu era uma criança quando você nasceu e, mesmo naquela época, eu senti medo. Medo porque eu sabia como seria a sua vida - com sorte, menos pior que a minha. Sem sorte, você provavelmente não duraria dez anos. E foi com essa idade que eu deixei-a, pois eu sempre fui mais uma ameaça do que uma salvaguarda. Toda vida morre, especialmente ao meu redor. São as correntes da condenação que me amarram à essa tragédia que vivo. É a minha maldição.
A nossa maldição.
Não existe final feliz para nós, minha irmã. Mas seu filho... talvez ele não seja um Della Rey. Talvez ele tenha a sorte de nunca ouvir falar dessa família maldita, talvez ele tenha uma vida... normal. Eu farei o possível pra isso. Eu daria minha vida por isso. Mas não consegui salvá-los, e você sabia que eu não conseguiria. Quando você me chamou, você sabia que eu não conseguiria.
E mesmo assim, quando eu a vi de novo, você me abraçou forte. E, naquele momento, eu senti receio. Uma pequena pontada de medo, como nuvens discretas no céu limpo. E naquela noite, tudo veio abaixo e você sumiu. Portanto, tão logo eu resgate-a... eu quero que você faça o que já deveria ter feito.
Não pergunte porque.
Não se entristeça.
Não se entristeça.
Às vezes temos que mudar os planos que fizemos.
Deixe-me para trás.
Não se arrependa.
Porque no fundo, você sabe...
Deixe-me para trás.
Não se arrependa.
Porque no fundo, você sabe...
E eu sei que você sabe...
Eu já estou perdido e condenado."
Eu já estou perdido e condenado."
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