quarta-feira, 12 de maio de 2010

Décimo primeiro dia: Começou a tempestade. Os uivos ficaram ainda mais intensos, e é possível ouvir gritos fantasmagóricos daqui de onde estamos. Avançamos em meio à chuva, com a impressão de que jamais voltaríamos. A fumaça começa a cobrir o céu e o verde das árvores já não é tão viçoso. A noite traz um frio cortante e podemos ouvir sussurros ao redor de nosso bastião. É como se eles soubessem onde estamos, mas se alimentassem do nosso desespero. Como se cada lágrima de tristeza fosse a fonte da juventude para essas bestas amaldiçoadas. Os farrapos de roupas são inúteis contra as garras deles, mas nos protegem um pouco do frio e nos separa da selvageria completa. O sol parece não nascer nunca e já são 11 horas da manhã. Mas é sempre noite e escuridão.

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