segunda-feira, 10 de maio de 2010

É o nono dia desde que os portões do Inferno se abriram e vomitaram demônios sobre nós. Reunimos o que conseguimos e fugimos, rumo ao nada e a lugar nenhum. Nos escondemos em uma casa distante, longe da visão deles. Mas eles veem quase tudo e, em pouco tempo, virão atormentar-nos. Temos poucas armas, e as feras do Inferno uivam e rugem ao longe, festejando o banquete de carne. Nosso desespero supera nossa força de vontade e nos faz reagir insanamente. Em meu bolso, apenas minha carteira que foi esvaziada de moedas para ficar leve. Documentos são inúteis agora, assim como números de telefone. Ninguém, ou quase ninguém, está vivo. No entanto, o risco de perdermos nossos valores e nossa essência é grande quando o mundo não nos lembra quem somos. Portanto, em minha carteira, tenho somente 7 objetos.

7 curingas.

7 curingas pretos.

O resto não interessa.

E enquanto engatilho as armas, para mais uma batalha encarniçada ao amanhecer, sorrio em deleite de minha própria maldição e insanidade.

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