terça-feira, 27 de setembro de 2011

It's all in the cards...

Eu não sei se todos aqueles que leem isso aqui sabem como funciona o poker, mas é mais ou menos assim:

Cada jogador paga uma taxa de entrada, antes mesmo de receber suas cartas (sendo que a aposta de um dos jogadores, o "small", paga somente metade e depois decide se paga o resto). A seguir, cada um recebe duas cartas e o primeiro da rodada tem direito a fazer uma aposta. Os outros jogadores podem cobrir o valor da aposta, aumentar ou simplesmente sair do jogo e deixar a taxa de entrada (chamada de "blind").

O momento a seguir, no qual são viradas três cartas na mesa, chama-se flop. As cartas da mesa serão usadas para formar as combinações que são a base do jogo. Após o flop, segue-se uma nova rodada de apostas.

A virada da quarta carta da mesa tem o nome de turn. Após o turn, segue-se uma nova rodada de apostas.

O momento derradeiro é o river, a virada da quinta e última carta. Segue-se uma rodada de apostas e então as mãos são reveladas e vê-se quem é o vencedor, que ganha todas as fichas apostadas. Para fazer suas combinações, o jogador usa as 5 cartas na combinação mais alta possível, mesmo que não use nenhuma da sua mão.

Entenderam? É basicamente isso, com muitas coisas omitidas por não serem relevantes.

Relevantes para que, exatamente? É o que eu estaria pensando se um boçal viesse e me dissesse, do nada, como funciona o poker.

Acontece que eu percebi que as nossas vidas são EXATAMENTE como uma partida de poker. Em um primeiro momento, antes de nos envolvermos com qualquer coisa, fazemos uma pequena "aposta": sutil, mas válida. É o preço de entrada para fazer parte de qualquer coisa. Aqueles que querem realmente entrar, continuam "investindo" na situação.

E então, você vê as cartas da sua mão e estima suas possibilidades. Pode ser um investimento de alto risco, ou não. Você decide se continua ou se vai embora baseado no que você conseguiu estimar e nas reações dos outros.

O jogo realmente começa no flop, que é quando a matemática começa a pesar. É a hora de estimar ainda mais as suas chances, pois é nesse momento que as apostas costumam aumentar. Novamente, prossiga por conta e risco. Alguns jogadores talvez desistam. Você pode confiar em si mesmo, desistir... ou blefar. Isso acontece em muitas situações, especialmente quando é uma ocasião que você não pode resolver sozinho.

Segue-se então o turn. A partida se acirra, as apostas normalmente aumentam. Se ninguém desistiu ainda, é provável que o primeiro desista agora. O turn é o funil: se as coisas não ajudaram até agora, a chance de elas o fazerem a partir daqui é pequena. É aquele momento em que você ainda pode contar com a sorte... mas talvez não deva.

A sorte para de agir a seu favor (ou contra você) no river. A hora da verdade está próxima: mas ainda existem algumas decisões a serem tomadas. Poucos jogadores ficam até o river, pois as apostas normalmente estão mais altas do que se vale a pena arriscar sem alguma coisa sólida. Dois, talvez três jogadores estão disputando nesse momento. É a conclusão de qualquer situação ou circunstância: nem todos que participaram seguem até o final... alguns se perdem no caminho.

E isso é o que acontece em qualquer situação da nossa vida. Um momento de apostas leves, seguido de um "double up or quit"... ou você dobra a aposta ou então larga o jogo. Algumas vezes largamos no meio e deixamos naquele caos todo muito mais do que queríamos, mas paciência: decidimos confiar nas nossas chances e depois nos arrependemos.

As regras são simples. As cartas já foram dadas.

Portanto, é bom saber que jogo estamos jogando.

Um comentário: