domingo, 15 de janeiro de 2012

Amigo Nenhum

Bom, eu não vou me delongar muito. A gente entra em alguns grupos conhecendo apenas uma pessoa e, de repente, em questão de meses... aquele grupo te faz se sentir em casa. As pessoas desse grupo te entendem, se divertem contigo... mas quando a coisa fica séria, eles mostram pro que vieram. No exato momento em que a minha turma da faculdade se dispersou, eu fui agraciado com um grupo assim. E a música dessa postagem foi escolhida por uma pessoa desse grupo.
A Alícia.
Então, aqui está:

“Eu realmente cometi alguns erros grotescos. Sim, acontece com todo mundo, especialmente com gente fodida na vida que nem eu. Mas acho que das idiotices que eu fiz na minha vida, nenhuma foi mais estúpida do que quando eu me mudei pra essa cidade.

Eu lembro que quando entrei com meu Del Rey nas primeiras ruas do centro, tive uma sensação filha da puta. Olhei para o espelho e disse ‘caralho, eu acabei de chegar e já me arrependi’. Sim, foi uma merda. E o pior não é isso: é a imundície disso tudo. Eu moro aqui há vinte anos... essa cidade cresceu que nem tênia em barriga de gordo. E continua TUDO sujo, continua tudo realmente MUITO feio. Eu ando por essas ruas e o cheiro me dá náuseas. Eu já estive em necrotérios abandonados e nunca sequer tive vontade de vomitar, e ainda assim o cheiro de esgoto do centro disso aqui me derruba. E isso não é o pior.
As pessoas são desagradáveis. Eu entendo perfeitamente porque isso aqui é cheio de demônios: todo mundo é tão podre que eles devem se sentir em casa. E não para por aí: não são só as pessoas que são horríveis. Eu sou uma pessoa que gosta de frio, sim. Mas aqui, o inverno é foda... a neve faz com que seja complicado até pra caminhar e o vento é tão gelado que é difícil respirar. É tudo ruim, com escalas ocasionais em ‘muito ruim’ e paradas mais longas do que devia em ‘uma merda’. E ainda assim, eu tô preso pelo dever nesse rincão desolado da fazenda do demônio que alguns insistem em chamar de ‘cidade’.
Diabos, eu odeio isso aqui... até falar daqui me irrita.
Nas poucas vezes que eu viajo, a única coisa que eu penso quando chego nessa desgraça de novo é...
... mil vezes maldita cidade.”

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