domingo, 15 de julho de 2012

A trick of Fate, about Misfortune and Destiny

Terminou, mas é uma sensação estranha.

Quase como se eu tivesse perdido uma parte de mim.

A parte que desejava vingança.

Abri minhas asas e então esperei enquanto abria meu portal para fora daquela dimensão tenebrosa. A morte de Peste significava um cavaleiro a menos em meu objetivo, mas eu ainda teria que enfrentar outros três. Fome, Guerra e Morte. Talvez eu devesse começar por Guerra... seria o inimigo mais óbvio.

Meu plano era simples: se eu matasse os Cavaleiros, eu cessaria a sua influência sobre a Terra. Eles surgiram como ferramentas para o fim do mundo, mas seu poder cresceu e eles decidiram tramá-lo. Existem muitas coisas que eu odeio na existência, mas eu quero poder continuar odiando-as. O fim do mundo não era uma perspectiva agradável, e, aparentemente, eram poucos os que sabiam que estávamos nos aproximando dele.

Ouvi um farfalhar de asas tão logo eu voltei para o mundo físico. Sorri.

Anjos. Eu adoro anjos. Especialmente quando mortos.

-O que você fez, Eterno?-perguntou o líder da falange, Gabriel.

-Não é da sua conta, pomba.-respondi.-Desapareça do meu caminho.

-Ah, certamente é da minha conta. Sabe, eu não costumo me irritar com as suas atitudes, Senhor das Sombras. Pelo contrário, acho engraçada a forma como você lida com seus problemas. Você tornou-se uma besta completamente incapaz de prever suas consequências...

-Se eu ouvir mais uma nota em sua voz que me desagrade, terão sido as suas últimas palavras. Eu não preciso ouvir absurdos de uma criatura cuja única função é ser enchimento de travesseiro. Lucifer não me enfrentou: não me faça rir de você.

-Se eu estalar meus dedos, uma falange inteira estará aqui antes de você piscar.

-Se eu estalar os meus, sua falange inteira estará morta antes de pisar no chão.

Ele estalou os dedos. Eu saquei minha arma.

Mas ao invés de uma falange inteira aparecer, somente uma criatura apareceu. Uma criatura corvídea que eu instantaneamente reconheci como meu irmão. Revés. Seus braços estavam presos por uma corrente de aspecto antigo, mas eu sabia o que ela realmente era. As Correntes de Asmodeus só podem ser soltas por quem as prendeu.

-REVÉS!-berrei.-Eu espero que você tenha um plano de escape, porque...

E então apareceu a tal falange. Desgraçado.

-Sim, você talvez consiga me matar e matar todos nós, mas... esses anjos estão dispostos a ignorá-lo para matar Revés. Então, eu sugiro que você pense bem nas suas atitudes.

Olhei ao redor. Eram trinta ou quarenta... talvez levasse uns três minutos. Droga, não é suficiente.

-O que você quer?

-O que mais seria, Senhor das Sombras... nós trocaremos seu irmão pela Lança do Destino.



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