segunda-feira, 23 de julho de 2012

War always costs the highest of all prices...

-Então, qual é o seu plano?-perguntou Revés, enquanto íamos até o próximo Cavaleiro.

-Matar todos eles. Um por um.-respondi.

-Simples assim?

-Sim.

Caminhar entre os mundos é interessante. O tempo não passa da mesma forma, pois tudo varia de acordo com a força de vontade de quem perambula pelo Véu. Revés é um dos mais talentosos, poderosos - e insano - magos de minha raça. Eu, por outro lado, sou uma das criaturas mais resilientes que já pôs os pés no Mundo dos Espíritos. O tempo ao nosso redor se distorcia quase que à nossa vontade, e nós sabíamos disso. Cruzamos centenas de quilômetros em questão de minutos, sob os olhares de espíritos menores ou de mercadores de almas. Algumas almas particularmente perturbadas tentaram aproximar-se de nós, mas Revés espantou-as com um mero olhar.

Revés tinha uma fascinação esquisita por almas.

Eu, sinceramente, não.

Foi somente quando nos aproximamos da entrada do Plano onde Guerra estava preso que a paisagem mudou. O deserto tornou-se planície e as almas e espíritos deram lugar aos cadáveres. Milhares deles, espalhados por todo lugar. Inúmeras lanças e espadas partidas estavam no chão, e dizem que muitos ocultistas se aventuram por essas proximidades procurando artefatos, sem jamais sequer desconfiar que estavam próximos a uma das mais poderosas entidades do planeta.

-Então... esse deve ser o plano onde Guerra está preso.-disse Revés.

-Você tem alguma ideia de como eu posso abrir o portal?- perguntei.

-Deixe-me tentar uma coisa...-disse ele.

Percebi uma certa incerteza na voz dele... basicamente, era a única coisa que havia na voz dele.

Revés murmurou algumas palavras e então tirou uma chave de seu bolso. Ele encostou-a na testa... e então quebrou-a.

Um enorme buraco negro se formou, do mais absoluto nada, e irresistivelmente tragou-nos para dentro. Eu tive a sensação de que eu estava sendo engolido por um behemoth gigante que estava sendo predado por um dragão marinho, a mais de onze mil metros de profundidade.

Foi extremamente desagradável.

Quando aquilo tudo terminou, nós estávamos perante o Cavaleiro.

-Senhor das Sombras... que bom vê-lo. Antes que possamos acertar nossas contas, você deve fazer um sacrifício em minha homenagem... sacrifique aquilo que lhe é mais precioso.

Olhei para Revés.

-Foi pra isso que você me trouxe?-disse ele, desconfiado.

-Sim... para que você seja a testemunha de meu próprio sacrifício.-respondi

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