sexta-feira, 20 de julho de 2012

When the brothers ride together again...

-Como posso saber que você não vai ordenar que suas formigas tentem me morder depois de eu lhe entregar a Lança?-perguntei.

-Porque, ao contrário de você, eu sou honrado.

-Se tem algo que descobri em minha vida, foi que anjos honrados tem dois fins: ou caem, ou morrem. Se você ainda é celestial, é porque põe sua honra abaixo de seu dever. Eu não vou arriscar tanto em nome da sua honra.

Aquilo irritou Gabriel profundamente, mas vi que ele se conteve. Aquilo era um jogo de xadrez com peças capazes de matar umas às outras mais rápido do que seria saudável. Eu estava muito mais poderoso do que eu era quando me deparei com ele pela primeira vez, mas Gabriel tinha a vantagem diplomática de estar com Revés. Um erro dele e eu acharia um jeito de salvar Revés e então chaciná-los. Um erro meu e ele mataria Revés.

-Façamos assim. Você crava a Lança na exata metade do caminho e então eu liberto Revés.-disse Gabriel.

-Se você hesitar, que seja por um segundo... eu juro...

Fiz o que ele disse, percorri metade do caminho e cravei a ponta de lança no chão. Aquilo era exatamente como lidar com os explosivos que os humanos faziam. Um erro, por mais banal que fosse, e estava tudo destruído.  E não iria ser nem um pouco agradável.

Recuei pacientemente, e então ouvi Gabriel dizer alguma coisa na direção de Revés. As correntes se soltaram e então meu irmão esticou as mãos. O anjo caminhou até a Lança e então tirou-a do chão.

-Foi um prazer negociar com você, Orgulho.

-Desapareça.

Gabriel, bem como seu séquito de idiotas, sumiu.

-Orgulho.

-Revés.

Por um momento, rimos. De novo, como já era de costume, o destino nos trazia de volta para o campo de batalha.

-Será que haverá um dia em que finalmente teremos paz, irmão?-perguntei.

-Talvez... mas acho que você não vai aguentar muito tempo sem estragar tudo.-disse ele, ainda rindo.

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