Um par de asas, negras como o vazio do universo, abriram-se no meio do nada.
Onde a luz encosta, há de formar-se a sombra. O mal é um anátema necessário do bem, uma consequência. Pois há sempre de se estabelecer o equilíbrio no universo, conforme a entropia aumenta, até que finde-se a existência.
Pois bem. Essas mesmas asas abriram-se, milhares de anos depois, em cima de um prédio.
O caos da cidade grande escondia muito mais do que simplesmente um vórtice de infinitas probabilidades. Escondia também coisas antigas, que superavam em idade o próprio mundo e, talvez, o próprio Universo. Essas entidades fizeram parte da gênese de tudo e, ao mesmo tempo, foram geradas por esse mesmo tudo. O velho paradoxo do ovo e da galinha.
Não importa. Pois uma dessas entidades estava em perigo. O Revés.
E era hora de ir resgatá-lo.
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