-Onde ela está, agora? - perguntei.
-Ela deixou o Inferno. - respondeu Revés. - Não sei onde pode estar.
Não precisa saber. Se eu chamá-la, ela irá atender.
Deixei Revés no topo de uma montanha no meio do nada e então abri minhas asas e voei para longe. Muito longe. Longe o suficiente para manter meu irmão a salvo. Não temo perder tempo, muito menos tenho pressa, pois tenho a eternidade ao meu dispor.
Encontrei uma clareira no meio de uma extensa floresta. Hemisfério Norte, a julgar pelas sequoias gigantescas. Parei. Ali era um bom lugar.
Saquei minha Lâmina Eterna, criada a partir de minha própria essência e designada a servir meu propósito. As inscrições ao longo de seu comprimento eram nítidas, apesar de bilhões de anos terem se passado desde sua confecção:
"Sou a montanha que nunca desaba
Sou o vento que sempre sopra
Sou o tempo que não acaba
Da Vida, o amor desvanecerá
Da Morte, a tristeza irá findar
E no fim da eternidade
Somente o Orgulho irá restar"
Cortei minha mão e deixei o sangue verter.
"Além dos ventos do Norte,
Onde no frio, reside a Morte.
Venha, do Sul, a Terra
Tal como a glória vem da Guerra
Que venham as nuvens do Oeste
E em sua soleira, tragam a Peste
E ao Leste, ecoa e some
O uivo mórbido da Fome.
Com dor, invoco os 4 Cavaleiros
Deem-me o que quero: vingança
E tragam-me, agora, a Esperança."
-Você poderia ter sido mais discreto, docinho... eu estive aqui todo o tempo.-disse uma voz suave e melosa.
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