-Esperança.- deu pra sentir o desprezo em minha voz. -Você tem algo que pertence a meu irmão.
-Você não acha que deveria ser menos hostil comigo... um mínimo de respeito depois de ter tentado me matar.-disse a garota.
-Eu não tentei. Eu consegui.-respondi.
-E no entanto, cá estou eu.-disse ela.
-Os humanos costumam dizer que "vasos ruins não quebram".
Ela me olhou com esgar. Um toque de ira surgiu em seus olhos claros, avermelhando-os por um instante.
-Eu não entendo o que eu fiz contra você. Todos os outros me adoram, me idolatram. Rezam para os anjos para que eu apareça diante deles. E você, no entanto, convoca aos Cavaleiros para que requisitem minha presença?
Olhei para ela, com calma. Seus olhos fitavam os meus, e enxergavam as estrelas ao fundo. Eu via aquele brilho irritante no fundo de seus olhos, como se no fim de toda a escuridão, houvesse luz. Mentira.
-Você é um monstro. Carrega o que resta das pessoas por caminhos que elas nunca seguiriam por elas mesmas. Arrasta seus corpos por cima de espinhos e rochas. E você fez isso comigo. Agora devolva-me a Lâmina de Revés ou eu irei arrancá-la de você.-respondi.
-Oh, querido. Você não entende, não é? Revés é uma ameaça para mim. Eu simplesmente não posso...-dizia Esperança, mas foi interrompida...
... por um chute na cara.
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