sábado, 30 de outubro de 2010

Leaves' Symphony I: We Are But Falling Leaves

Naquele tempo, há milhares de anos, a humanidade era só uma parte insignificante do equilíbrio do mundo.

Nós éramos a única estirpe que não descendia diretamente deles, embora sejamos entidades conceituais e relacionadas a eles. Os Celestiais, que depois viriam a ser chamados de "anjos", eram almas humanas purificadas do pecado e de uma parte esmagadora de seu livre-arbítrio. Os Abissais, atualmente chamados de "demônios", eram o oposto: almas que foram tão imersas em um universo de pecado que enraizaram esse aspecto em suas essências.

Nenhuma das estirpes gostava das outras duas. E é por isso que houve guerra.

Não entre nós e eles, mas só entre nós.

A verdade é que alguns de nós, Eternos, queriam que se formasse uma espécie de "aliança" na estirpe. Alegavam que, com algumas pequenas regras de convívio, poderíamos enfrentar os Celestiais e os Abissais e então livrar o mundo deles. Mas nem todos concordam: somos entidades com necessidades e intenções diferentes, e um pacto iria com certeza nos limitar. A situação foi ficando cada vez mais complexa. Até a guerra.

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Desenterrei minha Lâmina do peito de meu inimigo. Sua essência estava em minha lâmina, agora. Alimentei-me dela. Senti o sorvo de energia percorrendo cada centímetro de meu corpo. Ele agora seria parte de mim, uma voz insignificante, na melhor das hipóteses. Os olhos do auto-proclamado Senhor das Sombras estavam opacos. Sua morte abalou as fundações do mundo e a Terra rachou-se no ponto onde seu corpo morto jazia.

Observei a batalha. Conhecimento era impiedoso e forte, varrendo dúzias de inimigos de seu caminho. Seu alvo era Discórdia. Estávamos vencendo aqueles bastardos hierarquistas. Não existe hierarquia a não ser a gerada pela força. "Legião dos Eternos". Ninguém estava realmente disposto a acreditar que isso fosse funcionar um dia.

O massacre foi temporariamente interrompido pelo som de trombetas. Desgraçados. Os Celestiais viram na guerra uma chance de dar um fim na Terceira Estirpe. Malditos.

As tropas celestiais desceram com força. Diversos meteoros colidiram com o chão. Ouvi gritos de desprezo e de desespero, de ódio e de medo. Em qualquer ocasião desse tipo, os membros da mesma estirpe teriam unido-se contra o inimigo comum.

Mas nós mesmos éramos o inimigo comum.

E é por isso que o massacre continuou.

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