Encontrei Gabriel em frente ao meu exército: titãs, corvos da tempestade e Eternos. Todos dispostos a lutar, e morrer, pelas suas próprias liberdades.
Lucifer foi o primeiro a agir. Suas mãos encheram-se de luz e então, em menos de um segundo, tudo ao nosso redor tinha sido desintegrado: prédios, pessoas, animais. A Europa, antes um continente rico, tinha virado poeira. Somente a área restava para uma guerra cruel, desigual, e violenta.
Eu, Lucifer e Miguel, nos encontramos. Os três, frente a frente. Era hora de decidir os parâmetros da batalha e negociar possíveis rendições.
-Azazel.-disse Miguel, com sua costumeira voz de trovão.-Saia da batalha e nenhum dos seus será machucado, mas nós iremos prendê-lo de novo.
-Não tenho amigos ou irmãos nessa batalha, Miguel.-respondi.-Não trocaria eles pela minha liberdade nem se essa fosse minha única escolha.
-Eu ofereço liberdade, Azazel, mas você deixa a batalha.-ofereceu Lucifer.-Essa batalha é para os grandes, e você não faz parte dela. Você é uma peça para o fim, mas podemos retirá-lo sem problemas agora que já fizeste tua parte.
-Agradeço, meu irmão perdido, mas essa batalha é mais minha do que sua.-respondi.
-Que assim seja. Lutaremos.-disse Miguel.
-Até o fim.-continuei.
-De tudo.-completou Lucifer.
Nos encaminhamos para a frente de nossos exércitos e então demos ordem de investida. A batalha começou. O Dragão, ensandecido, começou seu massacre. Sangue de anjos, demônios, titãs e Eternos, caiu ao chão. Aquilo, sim, era uma guerra de verdade. Eu ouvia gritos e via explosões, anjos morrendo, as fundações da terra tremendo com a morte dos Eternos. Um deles, de armadura negra e sem elmo, parecia estar lutando como se fosse imortal. Eu o conhecia, de minha época. Era o Orgulho. Mas até ele iria padecer nessa batalha.
E então, enfrentei meus irmãos. Uma luta entre 3 anjos de nosso poder era algo muito mais estratégico do que físico. Era somente dois terem a chance de matar um terceiro e pronto, tornava-se um duelo. Eu, Lucifer e Miguel nos enfrentamos: minha lança, a espada de Miguel e as garras da Estrela Vespertina. Lutamos durante horas, talvez dias. Durante alguns momentos, a existência de cada um de nós esteve em risco, mas éramos os 3 mais velhos. Sabíamos o que fazíamos.
E foi esse conhecimento que fez com que, em um momento de descuido, a espada flamejante de Miguel atravessasse meu ventre.
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