sábado, 4 de dezembro de 2010

The Blackest of My Hearts, the Sweetest of My Words

Tempos que eu não vinha aqui, segurando um demônio novo pelo pescoço e jogando ele junto ao resto da sua espécie.

E então, eu finalmente estou aqui de novo. Confuso, exausto, perdido. Não sozinho - nunca sozinho - mas solitário, sempre. Tenho bons amigos que, felizmente, estão sempre dispostos a me ajudar, mas nem sempre eles podem ou conseguem. Existem coisas que ocorrem dentro da minha cabeça e que só eu posso entrar e resolver. E é isso que eu acho que tenho que fazer.

Eu sinto falta da paz. A paz que eu sentia às vezes quando me deitava e não precisava pensar no dia seguinte e nos seguintes a ele. A sensação de "não ter no que pensar": despreocupação. Todo dia é um caos novo, diferente e imprevisível: eu sou aceito em um estágio, mas no mesmo dia perco meu cartão de ônibus e trinta reais. Eu me ferro numa prova e, na mesma semana, eu me ferro em outra. Eu tenho uma noite completamente de merda até as 4 da manhã que, de repente, se transforma numa noite ótima e numa manhã ótima. Caos. Aleatoriedade.

Exaustão é aquela coisa de cada dia ser inaguentável. Detesto isso, até porque não acredito em eternidade, o que significa que cada dia perdido é um dia perdido. Frase fantástica, essa, mas a verdade é que deixar as coisas passarem é horrível quando você não sabe quanto tempo você tem. Eu sou intenso tanto no calor quanto na frieza, e isso torna as coisas difíceis. Minhas emoções são um estímulo secundário: quem coordena as coisas, nesse reino, é a Razão, e ela toma muito tempo até se decidir.

Estar perdido, na realidade, é consequência de estar confuso e estar sem saco pra aguentar as coisas que eu tenho que aguentar. É acordar e pensar "Porque diabos eu tô acordando a essa hora?". Sair de casa e pensar "o que vai mudar na minha vida?". Estar preocupado com a faculdade, mas não conseguir estudar porque falta paciência pra essa porra. É ir fazer a prova de botânica III e sair de lá de dentro com vontade de quebrar o recorde mundial de engolimento de ouriços gigantes da Nova Zelândia. É saber o que eu quero, mas não saber porque. É saber porque, mas não achar suficiente. É não achar suficiente, mas não ter escolha.

É deixar que as coisas sejam decididas pelo "mais sombrio de meus corações": a Razão. É como eu sempre fiz, é como eu sei fazer as coisas.

É guardar para mim mesmo "a mais doce de minhas palavras" porque simplesmente não consigo mais dizê-la.

Sinto-me um anjo caído. Saí da frigideira e pulei no fogo. Tive que pegar cada pedaço do que sobrou do meu momento derradeiro no Paraíso e então ver o que eu podia fazer com isso...

... e agora eu achei minha resposta.

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