domingo, 12 de agosto de 2012

EPÍLOGO - The Morning Star's Pride

Lucifer e Miguel pasmaram com a ideia infeliz de seu irmão, que agora tinha condenado ambos a conviverem para sempre. Eles poderiam ter lutado entre si, mas, naquele momento, existiam coisas mais importantes a serem feitas.

A Estrela da Manhã tentou reorganizar suas tropas, mas em vão. A carnificina tomou o campo de batalha, e o chão empapou-se com sangue. Sangue de anjos, de demônios, de titãs, de eternos, de humanos... Muito sangue.

Lucifer sentiu uma conhecida presença pegá-lo pelo pé e arremessá-lo em direção ao chão.

-Ora, ora... Você reapareceu, Orgulho. Seu irmão o procurou em minhas terras.

-Antigas terras, você quis dizer? Deve doer em você ver que agora tudo que você tem são essas míseras terras que vai ter que dividir com seu irmãozinho.

-Seu irmão não está muito melhor. Revés foi morto. Eu o matei.

-Você mente, Estrela da Manhã.-respondi, furioso.-Mas o seu tempo chegou ao fim.

-Eu esperei tanto tempo por isso, Orgulho. Tanto tempo...

Era chegada a hora. A hora em que eu, Orgulho, antigo portador da Lança do Destino, executor dos Cavaleiros do Apocalipse, iria enfrentar o mais antigo de meus rivais.

Lucifer, a Estrela da Manhã.

Nossa luta foi intensa. A cada golpe defendido, ambos sorríamos: nossa vontade era que durasse para sempre. A sede de sangue, a cólera por trás de cada golpe, o desejo de vingar-se de cada uma das vezes que nós humilhamos um ao outro. Aquela fúria, tudo que girava ao redor e que fez com que até mortais inimigos como anjos e demônios parassem para assistir, era o que realmente fazia valer a pena eu ter interferido no Apocalipse.

Éramos inimigos, mas éramos também muito semelhantes. Ambos somos conhecidos como "assassinos de seu próprio povo", "traidores", "escória". Mas ambos surgimos, crescemos e nos dedicamos a fazer o que achávamos que tinha que ser feito. Lucifer se revoltou quando percebeu a cruel realidade por trás da existência dos anjos. Eu me revoltei quando soube que a história de minha própria raça tinha sido selada por outros que não nós. A Estrela da Manhã era, sim, uma criatura temível e de comportamento cruel, mas também era admirável; e eu sabia que ele pensava o mesmo de mim.

Durante o tempo que eu estive isolado, eu percebi que, no fim das contas, meu caminho me levaria de volta à frente de Lucifer.

Foi sempre Lucifer.

Lucifer sempre foi meu objetivo final.

Lucifer foi, de fato, o meu final.

Pois nossa luta durou muito, mas não para sempre. E, no fim de tudo, eu percebi que ele, realmente, era mais poderoso que eu. Um sorriso de triunfo percorreu os lábios dele quando suas garras atravessaram, e obliteraram, minha essência. Senti meu corpo esvaindo-se enquanto uma jatos de energia emanavam de mim e destruíam anjos, demônios e eternos no campo de batalha.

-Fiquei curioso com uma coisa, Orgulho... você morre como um Eterno... ou como um Deus?-perguntou ele, gargalhando.

-Acho que teremos que descobrir.-respondi, também sorrindo.

-Ah, Orgulho... finalmente, eu me vinguei de você.-disse Lucifer.-Esse foi o fim de toda sua história.

-Sim... mas ainda assim, eu o venci, pois você só está preso aqui porque eu eliminei os Cavaleiros. Você pode ter destruído o Orgulho... mas eu destruí o SEU orgulho. Viva com isso.

Essa foi minha luta.

Esse foi o meu final.

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