quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Deathmarks III: Folsom Prison Blues

E lá estava eu de novo, asas abertas em direção ao Inferno. Eu precisava de alguém de lá, a única coisa suficientemente poderosa e tão acessível.

Há milhares de anos atrás, a cisão entre os anjos custou muito ao Paraíso. Os maiores custos foram: a queda de Lucifer... e o aprisionamento do antigo Príncipe dos Querubins, Raziel.

Lucifer foi cruel. Ele arrancou as asas do próprio irmão mais novo e então levou-o ao Inferno. Raziel nunca aceitou juntar-se ao irmão traidor e, como punição, é mantido nas Areias Infinitas, uma região prisional anexa ao Inferno e que, aparentemente, tem fim onde começa. Ninguém consegue entrar sem abrir a porta e ninguém consegue sair depois que ela fecha. O funcionamento é simples: abra a porta e entre. Consiga o que quiser e então volte. Se voltar a tempo, desfrute de sua conquista.

Se não, você terá a eternidade para lamentar.

Encarei os portões do Inferno e então abri-os. O guardião das chaves veio questionar-me.

-Então, o que traz você de vol...-começou ele, mas foi interrompido.

-Eu resolvo isso.-disse o próprio Lucifer.-Orgulho. Pensei que eu tivesse expulsado-o de minhas Terras e proibido seu retorno a elas.

-Lucifer.-disse eu, formalmente.-Meu objetivo aqui é outro. Eu vim buscar alguém nas Areias.

Lucifer sorriu.

-Nesse caso, e somente porque sei que não retornarás a tempo, deixo-o livre. Guardião, conduza-o até a prisão. E faça questão de me chamar quando ele tiver falhado. Quero ver Orgulho em desgraça.

-Não o culpo, Lucifer, mas lamento muito por isso.

O Guardião conduziu-me às portas da prisão e abriu-as. Eu sabia o que encontraria depois daquelas portas.

Nada. Somente areia.

-Aquele que você procura está aqui?-perguntou o Guardião.

-Já posso sentir sua presença.-respondi.

Raziel, não se preocupe.
A libertação finalmente chegou para você.

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