sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Echoes of Tragedy (Shadowlord Interlude)

(Algum tempo atrás, pouco antes do fim de Leaves' Symphony)

Deixei minha arma pender de minhas mãos tão logo o corpo no qual ela estava cravada sumiu.

Meus olhos fecharam-se, minha mente retorceu-se. A Legião estava entrando em colapso. E, junto com ela, eu também. Caí de joelhos no chão, lágrimas de sangue quase deixando meus olhos. Meus punhos cerraram-se e socaram o chão. A terra ao meu redor tremeu e um enorme círculo de areia ergueu-se ao meu redor e então caiu sobre mim. Mas a situação tinha saído do controle, essa tinha sido minha última e mais esforçada tentativa. Outro soco. Outro círculo. E nada de novo sob o mesmo escaldante e amaldiçoado sol.

Ergui-me, pois sou Orgulho e não posso ficar caído. Bradei infinitas vezes contra os céus, contra o destino... contra tudo e todos. Eu queria que Revés estivesse aqui para me ouvir, ou Conhecimento, ou Fúria... mas eles não estavam. Eles tinham me deixado, e eu agora estava sozinho. A decadência abateu-se sobre mim e, naquela conspiração, eu tinha sido traído por minhas próprias emoções. Se eu um dia soubesse quem Dor planejava usar para me destruir, teria degolado aquele bastardo filho da puta muito antes de ele sequer usar sua língua ofídia para me deter. Mas ele me derrotou: o bastardo me derrotou.

O cadáver, já sumido, de Perseverança não era minha preocupação. Não, Perseverança era a marionete na longa corda. Eu não vi isso, não estava pronto para isso. Ela veio em minha direção, com um olhar vidrado e uma arma em punho. Uma obstinação sombria para me matar. E então eu entendi: Dor. Dor torturou de formas tão crueis Perseverança que esta, ao ver-se livre, resolveu caçar aquele que seu captor disse que era o culpado.

Eu. Mas eu a matei.

E eu sabia quem mais Dor iria conquistar para seu lado tão logo eu matasse Perseverança. Matar um Eterno como Perseverança era considerado hediondo. Mas eu o fiz, porque era minha única opção. E era por essa outra companhia que minha mente estava parada. Palavras sem sentido saíram de minha boca no momento em que prometi que não enterraria minha Lâmina em outro Eterno até que a culpa deixasse minha mente descansar.

-Esse não foi o fim que eu planejei. Mas as circunstâncias fizeram as coisas diferentes. Despeço-me... Amor.-e virei as costas.

E, em minha cabeça sombria, os olhos do verdadeiro Senhor das Sombras piscaram pela primeira vez desde que eu o fiz parte de mim.

Dentro de mim, o mal tinha despertado.

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