sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Deathmarks IV: Dying for an Angel

Eu sabia o tempo que eu tinha.

Mas eu sabia onde ele estava.

Algo muito interessante sobre anjos, demônios e alguns Eternos, é que nós temos um sentido a mais (que pode ser considerado como dois, na realidade). Nós somos capazes de perceber auras. A aura (da forma como nós percebemos), por definição, é a energia que emana de uma determinada entidade que TENHA TIDO alma e que tenha uma centelha de vida. Vampiros, humanos, espíritos, demônios, lobisomens, anjos... todos tem aura. A intensidade de uma aura varia com o poder da entidade que a possui: o que significa que a de Raziel era extraordinariamente intensa.

E esse seria meu faro.

É claro que quando você lida com um lugar como esse, auras são EXATAMENTE como cheiros. Eles se misturam. Ignorei os pedidos de ajuda: todos sabiam que eu estava ali para salvar alguém. Mas não sou um anjo, eu não trago salvação.

Eu trago a ruína. Pelo menos hoje.

E então minhas asas cortavam os ventos e seguiam em direção ao que eu tinha farejado. Meu tempo estava chegando à metade, mas eu estava perto. Eu podia vê-lo, amarrado por correntes à duas grandes pilastras. Parecia estar desmaiado e balbuciava pedidos de ajuda.

Pousei à sua frente.

-Pedes ajuda, Raziel? Há quantos anos?-perguntei.

-Não tenho ideia. Não sei quanto tempo passou. Porque?-disse ele, com voz rouca e cansada.

-Estou aqui, querubim.-disse eu, e rompi as correntes com minha Lâmina.-Temos pouco tempo.

Voei de novo, com o anjo em meu ombro. Usei minha força máxima para voar, mas eu sabia que talvez não desse tempo. Decidi arriscar. Eu já podia ver os portões, mas faltavam apenas alguns segundos conforme a distância diminuía, mas jamais daria tempo. A regra é clara: se nenhuma parte de mim que entrou comigo passasse na volta, então eu estaria trancado.

Meus olhos miraram e então fiz a coisa mais desesperada que poderia. Atirei uma parte de mim.

E a porta se fechou.

-Ah, esperei tanto tempo por isso, Orgulho.-disse Lucifer, na câmara onde a porta estava fechada.

Os olhos de Lucifer olharam de forma estranha para as sombras que se moviam no chão da sala, próximo a onde um pequeno objeto estava cravado.

-Eu imagino.-respondi, pegando minha Lâmina Eterna do chão da sala.-Raziel quer dar um oi para você.

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