domingo, 14 de novembro de 2010

Deathmarks VIII: You Will Always Walk Alone

-Seu poder é enorme... mas temporário. Use-o sabiamente, Orgulho.-disse ela.

Impressionante. Eu sentia o próprio tecido da realidade moldar-se ao meu redor. Minhas asas abriram-se e cortaram os ventos, quase mais rápido do que eu conseguia me orientar. O Pesadelo me seguia, mas ficou para trás. Então isso é ser um deus? Tentador.

Mas eu tenho uma missão a cumprir.

A Terra Desolada começou a ficar cada vez mais próxima. Pousei e então observei. Meus olhos percorrem o horizonte, mais visionários do que nunca. Meus sentidos estavam loucos, mas alerta. A sensação era arrebatadora. Minhas mão direita fechou-se e desceu como um martelo em direção ao chão.

Uma cratera mais ou menos do meu tamanho formou-se ao redor do ponto de impacto e eu caí dentro dela. Dei uma risada, como uma criança que acabou de ganhar um brinquedo melhor do que o que tinha antes. Saltei para fora do buraco e caminhei em direção ao ponto central da área, onde eu sabia que encontraria o Anátema.

Essa era uma das primeiras vezes que eu rumava para uma situação como essa sem auxílio nenhum. Sem a Legião, sem ninguém. Sozinho. Parecia ser diferente, mas era a mesma coisa: eu talvez esteja um pouco incomodado por saber que Revés estava vivo de novo (de fato, eu tenho certo receio de encontrá-lo de novo). Quem sabe, depois disso tudo eu possa encontrá-lo e equilibrar as escalas que ficaram pendentes...

Os primeiros oponentes apareceram. Uma fileira com vinte, talvez mais. Espíritos inferiores, que eu seria capaz de matar sem esforço mesmo antes. Mas agora, eu quero testar meus brinquedos.

Varri o ar com a mão direita e inúmeras adagas feitas de sombra surgiram e atacaram as criaturas. Metade dos espíritos sumiram instantaneamente. A outra metade continuou a investida.

Um sorriso correu meus lábios.

Minha Lâmina anseava por isso, e quem sou eu para negar algo a ela? Saquei-a e então comecei o massacre. Percorri a distância que me separava deles muito antes que as criaturas soubessem o que estava acontecendo. Nenhuma arma tocou meu corpo e, antes que eu pudesse começar a me preocupar, a batalha tinha acabado.

Não preciso me deter a todos os detalhes de minha viagem. Enfrentei monstros gigantescos feitos de carne podre, espíritos malignos capazes de fazer um Eterno mais fraco tremer de medo e bestas que, até hoje, eram lendas para mim. E, mesmo com todos esses oponentes, nenhum golpe acertou-me.

O golpe que realmente me acertou foi quando eu vi quem estava sentado em um trono pestilento cercado por tochas no centro da Terra Desolada. Não acreditei. Era impossível, não existia algo assim.

Não era um Anátema.
Não era um deus.

Era um Eterno.

-Ah, Orgulho. Eu já lhe agradeci alguma vez pelo imenso presente que me deste?-disse ele, com um sorriso no rosto.-Porque, se ainda não o fiz, não me deixe esquecer. Você realmente sabe como agradar os Eternos, não sabe?

Minhas mãos cerraram-se tão rápido que a onda de choque derrubou e apagou as tochas. Minha mão direita voou na bainha da Lâmina, enquanto eu encarava, lívido de ira, aquela criatura. Minha boca retorceu-se de nojo ao pronunciar aquele nome.

-Dor.

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